O primeiro grande móvel que determinou a política interna da SELF foi a crença no potencial divino latente em cada ser humano, de modo que a luta pelo desenvolvimento de uma autonomia desataviada e pela criação de um ambiente que permitisse aos indivíduos se experimentar, expressar os seus sentimentos e pensamentos foi desde cedo uma preocupação.A SELF foi fundada em 14 de dezembro de 2003 por um grupo de cerca de 12 jovens com um sonho em comum:edificar uma instituição espírita que incorporasse, em sua estrutura organizacional e nas relações interpessoais, os princípios apresentados pela Doutrina Espírita.
Isso levou os membros da SELF a adotar uma metodologia de estudo que privilegiasse as peculiaridades de aprendizagem dos participantes e a contribuição que estes poderiam dar na construção dos raciocínios e propostas, na tentativa de transportar, com mais eficiência, os conceitos da Doutrina Espírita para a experiência única de cada um.
No início havia apenas um grupo de pessoas; não havia sede e nem necessidades especiais para a administração. Com o auxílio da espiritualidade maior e de generosos colaboradores, meses depois havia uma edificação com mais de 200m2, num bairro muito bem localizado em Curitiba. Com a sede, o grupo também foi crescendo e surgiu a necessidade da formalização de uma estrutura administrativa.
Para que esta estrutura representasse os ideais da SELF, cogitou-se uma maneira diferente de compor o Conselho Diretor, que teria os grandes poderes decisórios, retirando-os das mãos da tradicional figura do presidente, que passou a ser um secretário e gerente de recursos materiais.
A lógica utilizada foi a de que cada grupo é uma parte operante que concorre para o resultado geral da Casa, ou seja, cada grupo de pessoas poderia ser considerado um indivíduo que, somando-se aos demais, compõe a SELF. Assim, o Conselho é composto por representantes de todos os indivíduos da SELF, ou seja, um representante de cada grupo. Outros membros podem participar, mas não votar.
Com o tempo, percebeu-se haver decisões que exigiam agilidade para serem tomadas e, como o poder estava todo na mão do Conselho, às vezes o processo não atendia as necessidades urgentes.
Criou-se, então, a figura do presidente do Conselho, com a atribuição de liderar as reuniões do Conselho, bem como de tomar, em conjunto com o Administrador-Geral (tradicionalmente chamado de Presidente), as decisões consideradas urgentes.
Para que não se caísse numa estrutura rígida e, não raro, antidemocrática, tornou-se rotativa a presidência do Conselho, durando dois meses o seu mandato.
Os grupos pequenos também se multiplicaram com o tempo e, sempre que um é aberto, é feita uma avaliação a respeito do seu propósito, com o intuito de preservar uma metodologia que seja coerente com os princípios norteadores da SELF. Assim, levar em consideração a contribuição que cada um pode dar, estimular a autonomia e respeitar os conhecimentos que o participante já traz são características de todos os grupos da Casa.
Hoje há significativas diferenças operacionais entre os grupos, que, desse modo, conseguem oferecer uma gama de oportunidades maior para que o participante da SELF escolha a que melhor se adapte ao seu momento e necessidades.
Após vários meses de funcionamento, chegou-se a um conjunto de 19 princípios que descrevem os móveis que fazem a SELF adotar suas posturas. Eis alguns deles:
-
Democratização do conhecimento;
-
Acolhimento cuidadoso daquele que chega;
-
Crença no potencial de cada um;
-
Trabalho em grupo pequeno;
-
Estímulo à autonomia das pessoas e dos grupos;
-
Honestidade nas propostas e relações;
-
Respeito às diferenças de opiniões;
-
Uso da assertividade;
-
Proteção emocional do participante;
-
Decisão compartilhada entre pessoas e grupos;
-
Tolerância com a experiência metodológica e seus resultados.